Mutação, Variabilidade Genética, Necessidade Perante a Evolução
26 de Julho de 2017, 09:52
A palavra mutação, indivíduo mutante ou mesmo organismos vegetais que sofreram mutação, sempre nos acometeram um certo grau de desconfiança e preocupação. Faço referência neste escrito, não as mutações ocasionadas pela mão do homem, o que não é questão no momento, como exemplo a transgenia, mas sim, as mutações espontâneas que acontecem em todos os organismos vivos, com o passar das gerações.
Sabemos que a herança genética é baseada em genes que são transmitidos de genitores para suas proles durante a reprodução, e que tais informações genéticas são codificadas nas sequências de pares de nucleotídeos no DNA e ou RNA de cada indivíduo. O termo mutação, refere-se tanto a mudanças no material genético, como ao processo pelo qual ocorre a mudança, na verdade a mutação refere-se a qualquer mudança, súbita e herdável, no genótipo de uma célula ou de um organismo. Não vamos aqui nos alongar em redigir sobre as mutações no campo teórico onde teríamos que definir e explanar quanto as mutações chamadas de mutação de ponto, ou ainda mutações somáticas ou germinativas, ou mesmo mutações espontâneas e induzidas entre outras coisas...
A questão chave é a desmistificação da palavra mutação, a título de conhecimento técnico, como sendo unicamente um mecanismo de destruição junto a conjuntura gênica de um organismo vivo. Nada disso: Sabemos que mutações acabam por comprometer a existência e normalidade dos indivíduos, muitas vezes acarretando fenótipos não desejados, mas hoje falaremos das benesses que envolvem as mutações.
O dogma central da biologia é a capacidade que nosso DNA possui de exercer o poder de codificar proteínas durante a tradução, transferindo as informações do DNA estocado, via RNA na transcrição; É ai que tudo se inicia. Neste belíssimo mecanismo podem ocorrer erros de pareamento, na multiplicação celular, entrando em ação então, os corretivos exercidos por enzimas específicas, as quais denominamos de enzimas de reparo do DNA, produzido erroneamente.
Nem todos os erros possuem condição de reparação acarretando então mutações que em parte dos eventos poderão ser consideradas necessárias perante o ambiente em que este indivíduo se encontra. As alterações ocorridas ao longo dos tempos são sim necessárias caso contrário não sobreviveríamos as ações do tempo e haveria por sua vez a extinção das espécies por vários fatores acumulados em seu DNA.
Desta forma podemos dizer que:
-
A mutação é a principal fonte de toda a variação genética, a qual nos fornece matéria prima para a evolução das espécies, pois geram novas combinações e a seleção natural ou artificial preserva as combinações mais bem adaptadas as condições do meio.
-
Sem mutações, todos os genes existiriam em apenas uma forma, alelos não existiriam, e por sua vez a análise genética clássica não seria possível.
-
Populações de organismos não teriam capacidade para evoluir e adaptar-se as mudanças ambientais, sendo por conseguinte extinguidos do ambiente.
Devemos ainda lembrar que as mutações geralmente são processos não adaptativos, em que um estresse ambiental simplesmente seleciona os indivíduos com mutações já estabelecidas as quais tiveram ocorrência aleatória.
Sendo assim, mesmo sabendo que as mutações as quais herdamos de gerações passadas, são em sua maioria consideradas deletéricas, causadoras de doenças as quais convivemos com elas em nosso dia a dia, sem a existência das tais mutações, nossa espécie também seria extinguida do ambiente em que hoje vivemos.
Por :
Celso Barbiero
Graduado em Genética de Rebanhos
Dir.Téc – DNA Genética do Brasil
Fonte: Celso Barbiero
COMENTAR
0 Comentário(s)