Melhoramento Genético Lotérico no Leite
29 de Agosto de 2017, 14:09
Temos todos os cuidados possíveis na hora de produzirmos alimento para nossas vacas de leite, e isto está muito certo. Da mesma forma quando tratamos de viajar e ou visitar e conhecer novos mecanismos e novas técnicas de manejo e criação de nossos animais e reafirmo, isto está muito certo. Quando se trata de tecnologia genética muitas vezes não damos a atenção devida, por alguns poucos motivos que cito abaixo.
1- Pouca oportunidade na capacitação técnica para escolha de produtos (Touros) que venham a melhorar as deficiências genéticas em nossos rebanhos, num todo ou o mesmo que no modelo genético necessário a cada propriedade.
2- Infelizmente, o quinto maior produtor de leite do mundo, tem como metodologia a introdução da genética nos rebanhos, quase que unicamente por quem a comercializa, fazendo uso de artifícios de que em determinado país, este touro está fazendo grande sucesso, o que as vezes até poderá fazer algum sentido.
3- Visão de quem comercializa e principalmente dos produtores que a genética usada hoje é para suprir as necessidades do mercado de hoje, isso fica muito claro quando falamos em selecionar para sólidos e logo vem a resposta; mas eu não recebo significativamente por quantidade de sólidos no leite que produzo, quase que uma afirmação, de que os mercados são estáticos.
4- Imagem fantasiosa de que genética responde somente por no máximo 25% de uma vaca de leite, sendo que se assim fosse deveríamos colocar no mesmo ambiente, mesmo manejo e alimentação um exemplar fêmea da raça holandesa e uma fêmea da raça charolesa e ambas teriam apenas 25% de diferença na produção de leite, o que não acontece na verdade.
5- E por último a retórica, infeliz, antiga e sem o menor fundamento hoje, de que sendo sêmen, estando dentro de uma palheta e sendo usado pela técnica da Inseminação Artificial é por sua vez mecanismo de melhora genética.
Pois bem:
Todo este conjunto de características acima citadas, são a base da Metodologia que afirmamos existir do Melhoramento Genético Lotérico, que tem como finalidade apresentar um animal com caracteres melhorados ao longo de muitas e muitas gerações ou seja uma melhora lenta e ineficiente, quando der tudo certo.
O fato é que, se permanecermos no uso indiscriminado da genética no leite teremos os resultados futuros não satisfatórios em relação ao que o mercado exigirá, agravando a cadeia de produção e inviabilizando o negócio leite no campo.
Fonte – Celso Barbiero
Fonte: Celso Barbiero
COMENTAR
0 Comentário(s)