A muitos que ouvimos falar que em outras criações os resultados de melhoramento genético tem andado com maior rapidez em função de que há maiores investimentos nestas atividades. Como exemplo clássico destas verdadeiras melhorias genéticas, citamos a suinocultura e avicultura.

Isto é realmente fato, quando nos referimos que estas atividades tiveram nos últimos 30 anos um grande progresso genético. Sim também é verdade que foram feitos investimentos. Porém quando adotamos um comparativo, com o progresso genético na bovinocultura de leite, temos que adotar critérios, para não penalizar esta atividade.

O progresso genético nas espécies as quais temos interesses econômicos seguem sempre os mesmos padrões, quando da análise da resposta genética, que é simples e segue as mesmas formulações. Basicamente podemos definir em três quesitos básicos, para obter  a  melhor resposta  genética num programa de melhoramento.

1- Herança Genética (h²) ou Herdabilidade das Características

Primeiro aspecto a ser analisado no melhoramento animal. 
Somos sabedores que existem características de alta e baixa herança genética, como exemplo, estatura x ângulo de cascos, onde estatura nos bovinos podemos modificar muito mais rapidamente do que ângulo de cascos. Tal diferença de correção, onde estatura é característica considerada de alta herança genética perante aprumos que são características de baixa herança, tem suas heranças coordenadas pela natureza animal, quer seja num bovino, suíno ou mesmo nas aves. Desta forma e do ponto de observação do primeiro pilar analisado não haveria motivos para o melhoramento em suínos ter andado tão rapidamente.

2- Diferencial de Seleção 

Segundo aspecto a ser analisado.
Este termo que faz parte da fórmula do progresso genético  é com certeza aspecto importante e que nos fornece a capacidade de inserir nos modelos genéticos dispostos, indivíduos com capacidade de efetuar as devidas correções genéticas que as achamos necessárias. Basicamente diferencial de seleção (DS) é o quanto um indivíduo, macho ou fêmea  é superior a média da população  a qual  é comparado na característica que no momento analisamos. Quando selecionamos touros para proceder com a melhora genética, devemos então, buscar os indivíduos com as maiores diferenças positivas entre seus pares segundo o perfil genético pré estabelecido.

3- Intervalo de Geração (IG)

Consideramos aqui fator primordial de grande importância, para podermos apresentar as diferenciações entre a rapidez do progresso genético obtido em outras espécies o que comentamos no início deste escrito. Antes de mais nada, devemos considerar que intervalo de geração é na verdade  o mesmo que o período de tempo em  que se leva para produzir um indivíduo e exercer comparativo genético deste  perante o potencial genético  de seus progenitores. Sem dúvida alguma quanto menor for o intervalo de gerações, mais rápida será a resposta em seleção genética. Desta forma outras criações como suíno e aves, certamente tiveram maior rapidez em melhorias genéticas perante os bovinos em especial por deterem um intervalo de gerações muito mais curto além é claro de investimentos.

Há na verdade novidades neste debate. Em função da descoberta de novos mecanismos de seleção genética como exemplo a (GS) Seleção Genômica, em especial nos bovinos leiteiros que muda drasticamente estes conceitos. A grande virtude da Melhora genética genômica é que torna o intervalo de geração nos bovinos curtíssimo (1,8 anos ) perante o que era antes com a técnica unicamente do teste de progênie ( 6,8 anos ).
Sendo assim ,temos expectativas claras de que nossos rebanhos leiteiros a partir desta técnica, progrediram muito mais rapidamente que num passado recente, valendo lembrar que os acasalamentos terão que ser ainda mais criteriosos, pois tal técnica exige maiores cuidados também.