A Genômica Chegou no Campo - É Preciso Compreender a Genômica Aplicada
13 de Setembro de 2018, 16:29
Todo organismo vivo por obrigatoriedade responde a estímulos ambientais, pelas alterações ocorridas em seu proteoma. Se assim não houvesse tais alterações, seriamos aniquilados pelo próprio meio onde vivemos. O gerenciamento de nossas capacidades perante o meio ambiente em nossa própria existência e evolução, é algo hoje entendido com maior segurança, em função das descobertas e observações ao longo do desenvolvimento da cadeia científica neste segmento. Os mapeamentos de DNA de várias espécies e indivíduos, com tecnologias novas quase que diariamente sendo descobertas, tem colocado este tema em evidência e por sua vez, fator relevante em buscarmos maiores informações.
Entender o comportamento da cadeia de Proteínas de nosso material genético e ou de qualquer indivíduo vivo, buscar compreensão as interações gene x ambiente tem proporcionado evidencias que podemos produzir mais, com maior qualidade e economia e principalmente viver melhor.
Destacamos aqui o entendimento da Tecnologia Genômica nos bovinos leiteiros pós mapeamento do DNA, ocorrido em 2007 e que por hora chega ao campo intrinsecamente, e que também foi assimilada pela indústria da Inseminação Artificial mundial. Aos desavisados é fatídico se dizer que ouve surpresa, da mesma forma que a necessidade urgente da assimilação. Posso afirmar que nesse momento em que a Genômica se encontra só poderemos trilhar dois e únicos caminhos, a busca e entendimento pela melhor forma de seu uso e com isso o progresso genético em nossos rebanhos, através da Genômica Aplicada ou a consolidação do regresso genético nas características não observadas com um desserviço genético nunca antes visto.
A produção de raçadores ( Touros Genômicos ) que a Indústria nos oferta é considerado algo benéfico aos rebanhos leiteiros, porém é valioso ressaltar a compreensão desta nova disciplina, que tem por obrigatoriedade seu uso no campo através da Genômica Aplicada. Não compreender a necessidade nos processos de acasalamento genético do uso da Bioinformática, como ferramenta para o aparelhamento do processo é devastador e inadmissível. Fazer uso de dados Genotípicos lidos em bases e populações de referências, as quais não são nossas realidades fenotípicas, sem as devidas conversões é como misturar água ao óleo e concluir que obterá homogeneização das partículas.
Da mesma forma é possível dizer que uma população pode e deve ser entendida cientificamente, que do ponto de vista do número de indivíduos poderá conter 100 ou 1.000 animais ou mesmo 100.000 , onde o fator limitante quanto a acurácia, será o número de indivíduos analisados mas nunca deixará de ser uma população. Criar gradativamente bancos de dados de análises genotípicas e fenotípicas das populações a serem analisadas e trabalhadas com o genótipo, parece até o momento ser o melhor caminho. Fazer uso de software e gerenciadores de dados genômicos, para obtenção dos resultados e tomadas de decisões para as definições dos modelos genéticos, é por sua vez uma consideração prioritária e indispensável.
Sendo assim, é dever de todos buscar o conhecimento efetivo do uso da Genômica Aplicada e suas correlações fenotípicas locais, para a obtenção dos verdadeiros benefícios que tal tecnologia nos apresenta e jamais assimilar modelos e pacotes, os quais muitas vezes são tidos e considerados como salvadores do progresso genético de qualquer população, o que numa composição científica tão complexa, não cabe este soneto.
Por :
Celso Barbiero Alves –
Dir . Téc DNA Genética do Brasil
Consultor em Genética Genômica
Geneticista Animal
Graduado em Livistock and Genétics
Biu International University de Madri - Espanha
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